Depois de um dia tão feliz, tão em cheio, estava na hora de regressar à realidade. Despedimo-nos da família do Kevin e voltámos a meter-nos na carrinha para mais quatro horas de viagem, de regresso a Hamilton. Pelo caminho, em Missoula deixámos o Eric no aeroporto, que teve que deixar a viagem mais cedo do que o previsto para ir a um casamento de um amigo e posteriormente a uma feira de empregos. A Annie, que é a guardiã das memórias, ainda antes de nos despedirmos, pediu-nos que lembrássemos os bons momentos passados com o Eric. Pela minha (Sara) parte, acho que vou sempre recordar os bons dias em português, com que ele nos brindava todas as manhãs.
De volta a Hamilton foi hora de arrumar a bagagem, pôr os alforges nas bicicletas e pedalar que nem uns loucos para chegar ao parque de campismo de Missoula ainda antes de escurecer, ou seja, pedalar 80 Km entre as três da tarde e as oito da noite.
Já em Missoula, no dia seguinte, foi aproveitar para tratar de todas as tarefas, cumprir todos os recados, e fazer todas as compras que havia a fazer, por isso a memória desta cidade é de um sítio muito cool, mas que não tivemos tempo para aproveitar.
Uma das coisas que tínhamos a fazer era visitar a sede da Adventure Cycling Association, associação que faz e vende os preciosos mapas que temos utilizado e onde cada ciclista que chega recebe um lenço comemorativo, come um gelado, vê boas quantidades de memorabilia ciclista, e entra para os registos da associação, através de uma polaroid que é tirada a todos os que por ali passam e que depois é colocada num mural e também fica disponível online, aqui. Claro que o Evan Dando não podia faltar na nossa fotografia! Um dos momentos altos foi ver as fotos dos ciclistas com quem os nossos caminhos se cruzaram.
Na sede comprámos os mapas da costa do pacífico, que ainda não tínhamos, e umas meias à prova de água. Aproveitando o embalo consumista e a inexistência de imposto sobre as vendas no Montana (regra geral, nos Estados Unidos, ao preço marcado nos bens, é sempre acrescentado um valor de imposto que é fixado por cada Estado), resolvemos fazer uma revisão do nosso material e comprámos novos talheres, novas sandálias, um pneu novo e…. uma tenda nova! Esperamos que com esta nova tenda o problema de acordar com tudo húmido, devido à condensação, termine. Com esta nova casita também temos a possibilidade de dormir sem o duplo tecto, e ficar a ver as estrelas através da rede protectora de mosquitos. Outra grande vantagem é que pesa muito menos que a outra.
O dia seguinte foi de mais despedidas, do Tod, que seguia para ver mais família e depois voltar à Virginia, com a nossa tenda e mais umas coisas, que vai levar ao Francisco de Washington DC, para ele levar de volta a Portugal, e do Evan, que decidiu seguir para Norte, ciclar a “estrada para o Sol” no Parque de Glacier e depois seguir caminho até à fronteira com o Canadá.
Os dois deixam saudades por razões diferentes. O Tod pela sua alegria contagiante, a forma como nos safou de diversas situações e nos serviu de apoio na nossa viagem, e o Evan, pelo seu modo de ser tão organizado, pela sua constante sinceridade e espontaneidade e pelo sorriso irresistível.
Pela nossa parte, muito nos espantou ter conseguido manter o passo com este grupo, mas fomos tendo várias ajudas aqui e ali. A experiência foi espectacular e a vontade de continuar em conjunto até à costa é imensa, mas pela frente ainda há 1200 km para rodar, Idaho aguarda-nos.
After a day so happy, so full, it was time to return to reality. We parted from Kevin’s and get again in the van for four hours of travel, returning to Hamilton. Along the way, we stopped in Missoula to leave Eric at the airport, since he had to leave the trip earlier than planned to attend a friend’s wedding and later a job fair. Annie, who is the guardian of memories, before he parted, he asked us to remember the good times spent with Eric. For my (Sara) part, I think I’ll always remember the good morning in Portuguese, that he always said every morning.
Back to Hamilton it was time to pack the luggage, put the panniers on the bikes and ride like crazy to get to the campground before dark yet, ie pedaling 50 miles between three and eight.
Already in Missoula, we dedicated the next day to do some chores, run around doing errands, and do all the shopping that had to be done, so the memory of this city is that it is a very cool place, but we had no time to enjoy it.
One of the things we wanted to do was to visit the headquarters of the Adventure Cycling Association, an association that makes and sells the precious maps we use and where each cyclist who comes in receives a commemorative scarf, eats some ice cream, see some good amount of cyclist memorabilia, and enters the records of the association through a polaroid picture that is taken to all who pass by and is then placed on a wall and is also available online here. Of course Evan Dando could not miss our photo! One of the highlights was seeing the photos of cyclists with whom our paths crossed.
At the headquarters we bought the maps of the Pacific Coast and some waterproof socks. Taking advantage of the momentum and the lack of consumer sales tax in Montana (generally in the United States, to the price marked on goods, there is always a value added tax that is set by each state), we decided to do a review of our material and bought new silverware, new sandals, a new tire and…. a new tent ! Hopefully with this new tent the problem of waking up all wet due to condensation will be solved. With this new casita we can also sleep without the flysheet, and get to see the stars through the net. Another great advantage is that it weighs much less than the other.
The next day it was farewell time again, so we said goodbye to Tod, who continued on to see more family and then back to Virginia, with our tent and a few other things that he will take to Francisco in Washington DC for him to bring him back to Portugal, and to Evan, who decided to move north, cycle the road to the Sun in Glacier Park and then follow the way to the border with Canada .
We will miss the two of them for different reasons. Tod for his contagious joy, the way he got us away from various situations and how he served us as a support on our trip, and Evan, for his way of being so organized, for his constant sincerity and spontaneity and his irresistible smile.
For our part, we are astonished that we managed to keep pace with this group, but we had several aids here and there. The experience was awesome and we want to continue together until the coast, but there are still ahead of us some 745 miles to go, Idaho awaits us.