A casa da Cookie Lady fica a cerca de 460 m de altitude, na encosta Este da Blue Ridge Mountain, e é o sítio perfeito para separar em metade a árdua tarefa de a escalar. Começamos pela manhã como planeado, felizes por avançar e ainda mais cedo que o nosso amigo Chris, que ficou a preparar a sua partida quando nós começámos a pedalar.

A primeira etapa do dia é uma estrada regional, que apesar de movimentada é pelo menos larga o suficiente, e o tempo está ameno e seco o que torna a visibilidade boa para nos sentirmos seguros a andar nela. O acesso à Blue Ridge Parkway (BRP) é feito por uma passagem superior, e vêmos assim que lá chegamos três caminhantes, provavelmente a fazer parte do famoso trilho das Apalaches. Seguimos caminho, parando em cada miradouro, dando tempo não só de recuperar o fôlego, mas também de reencontrar pela última vez o Chris que iria tomar a BRP até Ashland. Seguimos em marcha lenta, subindo entre um verde luxuriante que guarda segredo da paisagem até ao próximo local de vista desafogada. E assim vamos saltando de miradouro em miradouro, ora vislumbrando os vales de Este, ora de Oeste, com a certeza da subida após cada rara (mas intensa) descida.

Pela primeira vez ultrapassámos, pelos nossos próprios meios, os 1000 m de altitude: chegamos a cerca de 1040 m, e assim que chegámos à intersecção com a estrada 56, que nos levaria até Vesuvius, começou também a mais intensa descida de toda a rota 76. Uma estrada serpenteante e estreita, entre penhascos arborizados e quedas de água. Um teste sem misericórdia aos nossos travões, que nos obrigava a parar entre cada 100 a 150 m de descida. Os aros queimavam ao toque e o cheiro a borracha queimada era evidente. Tínhamos que deixar arrefecer os aros. Mas mesmo com todas as paragens foi muito mais rápido descer que subir a Blue Ridge.

Em Vesuvius espera-nos a Gertie’s, que com a sua loja-restaurante, acolhe todos os peregrinos que por ali passam e pedem guarida, permitindo que acampem no relvado por detrás da loja. E ainda bem, porque ela cozinha de forma exemplar. Assim que montamos campo comemos um fish and chips extraordinário, com um polme espesso e crocante protegendo a suculência dos filetes na perfeição. E na manhã seguinte o pequeno-almoço local das gentes dos estados do centro Este: biscuits e gravy de salsicha, acompanhado de panquecas e ovo estrelado! Entre pedir e vir a comida, o Tony e a Betsy acharam piada às nossas binas e começaram a conversar connosco sobre bike touring  enquanto bebiam café e nós nos deliciávamos com o nosso manjar. A aventura de longa duração fazia os olhos dele brilhar, e as perguntas não paravam. A conversa seguia animada mas a comida acabava e lá fora o calor aumentava. Tínhamos de voltar a partir. Despedimo-nos dos novos amigos e seguimos em direção errada.

The Cookie Lady’s House is located around 1500 ft. of altitude, on the East side of the Blue Ridge Mountain, and it is the perfect place to cut in half the arduous task of climbing it. We started it early in the morning just as planned, happy to be moving forward and even earlier than our friend Chris, who remained back preparing is departure as we started pedaling.

The first stage of the day is a regional road, that although busy is at least wide enough, and the weather is soothing and dry, which makes for good visibility and makes us feel safe riding on it. The access to the Blue Ridge Parkway (BRP) is done thru a ramp leading to a over road passage, and soon as we get on it, our eyes stumble upon three hikers, probably doing the famous Appalachian trail. We kept on going slow our way up, stopping in every sight seeing spot, allowing us to catch our breath, but also to meet up with Chris for the last time, who would follow the BRP until Ashland. We followed at a slow pace amongst a luxuriant green that withholds secret to the views until the next sightseeing stop. And so we go, jumping from one sightseeing stop to the next, taking a peek on the valleys to east and to the west in turns, with the certainty of climbing after each rare (but intense) descent.

For the very first time, by our own means, we got over 3300 ft.: we got around to 3410 ft., and as soon as got to the road 56, that would take us into Vesuvius, it started also the most intense downhill stretch of all the 76 route. A winding curvy road, amongst forestry cliffs and waterfalls. A ruthless test to our brakes, that would make us stop around after each 300 ft of descent. The rims would burn to touch and the smell of burnt rubber was in the air. We had to let the rims cool off. But even with all the stops, it was much quicker get down then climbing up the Blue Ridge.

In Vesuvius Gertie’s, with her welcoming restaurant and grocery store, gives shelter to all bikers and hikers that go by and ask for it, allowing camping on the back. And gladly, because she cooks exemplary. As soon as we set camp we went in and had a extraordinary fish and chips, with a thick and crispy batter keeping in all the succulence of the pristine hake fillets. And in the following morning the typical local breakfast of the people of the central-east states: biscuit and sausage gravy, sided by pancakes and fried eggs! Between ordering and being served, Tony and Betsy found our bikes cool and begun talking with us about bike touring while they sipped their coffees and we feasted on our food. The long term adventure made his eyes glitter, and the questions wouldn’t stop. The conversation went on lively, but the food was almost vanished from our plates and outside the heat pushed on. We had to get back on the road. We said goodbye to our new found friends and went the wrong way.