Depois da noite atribulada de campismo junto ao rio, e dois dias de kms esforçados, nada melhor que uma cama com lençóis lavadinhos, um banho quente, um jantar reconfortante e a conversa com uma família encantadora (Bill, Nancy e Erin), que nos acolheu por uma noite. O Pedro até teve oportunidade de matar saudades ao tocar um bocadinho num mandolim antigo, que tinha pertencido ao pai da Nancy. Na manhã seguinte é altura de voltar à estrada, desta vez o destino é Mineral. Até agora temos vindo a seguir uma rota chamada Costa do Atlântico mas vamos mudar para uma das mais viajadas rotas americanas.

Em 1976, para comemoração do bicentenário do país, um grupo de pessoas criou uma rota destinada a atravessar o país de costa a costa e deu-lhe o nome de Transamerica. Desde essa data milhares de pessoas têm feito esta travessia, e agora chegou a nossa vez. No fundo, no fundo, é o equivalente à Route 66, mas para ciclistas. Nota-se bem a diferença do que já temos vindo a fazer, aqui na Virginia há placas na estrada que vão indicando o caminho e muitos sítios que estão preparados para acolher ciclistas. Também vamos conhecendo outros ciclistas que estão a fazer o mesmo caminho que nós, e vamos partilhando histórias e conselhos. Um deles é o Chris, que conhecemos a caminho de Fredericksburg e que acampou connosco junto ao rio. Voltámos a encontrá-lo em Mineral, no quartel dos bombeiros onde pernoitámos. Quando chegámos já lá estava o Gay, um sexagenário simpático, que já está fazer esta viagem pela terceira vez, e que mantém a forma andando de bicicleta cerca de 50 km por dia, todos os dias do ano. Como havia aviso de tornados até às dez da noite aconselharam-nos a usar o salão de festas em vez de montarmos a tenda no relvado. Não nos fizemos rogados e às seis de meia da tarde caiu uma chuvada com ventos fortes. Felizmente nada de tornados!

After a troubling night camping by the river, and two days of hard working kilometers, nothing better that a bed com clean sheets, a warm shower, a really nice dinner and conversation with a wonderful family (Bill, Nancy and Erin), who hosted us for a night. Pedro even got the chance to play on a old mandolin, that once belonged to Nancy’s father. In the next morning it was time to hit the road again! Destination: Mineral. So far we have been following a route called Atlantic Coast, but know we are going to change to one of the most american traveled routes.

In 1976, to celebrate the nations’s bicentenary, a group of people created a route meant to cross country from coast to coast and they named it Transamerica. Since that time thousands of people have been crossing the country following the route and know it’s our turn. We can say it’s the route 66 for cyclists.

There’s a difference between the two routes, here in Virginia there are some signs on the road and a lot of places ready to host cyclists. We are also getting acquainted with other cyclists that are doing the same route and with whom we share stories and pieces of advice. One of them its Chris, that we met on our way to Fredericksburg, and that camped with us by the river. We met him again in Mineral, at the fire station where we stayed for the night. When we got there we met Gay, a nice guy over sixty, that is doing this trip for the third time, and that keeps himself fit by cycling thirty five miles a day, every day of the year.

Since there was a tornado warning that would last until 10 pm, the firemen advised us to use the pavilion instead of setting our tent in the garden. And so we did. At 6:30 pm started a shower with strong winds but absolutely no tornadoes!