Enquanto pedalávamos entre os bairros mais contrastantes dos EUA – Bridgeport e Fairfield coexistem lado a lado; e se o último tem a fama de ser um dos bairros mais abastados do país, após atravessarmos o primeiro, não restam dúvidas sobre o segundo – recebemos um SMS do Bob, o nosso próximo hospedeiro que nos iria acolher em Norwalk, a convidar-nos para uma volta de veleiro, isto se conseguíssemos chegar antes das 18 horas. Estavámos a cerca de 1/3 do percurso do dia, e a perspectiva de velejar ressuscitou durante algum tempo a nossa energia. Mas apesar dos nossos melhores esforços de chegar a horas para o nosso compromisso em Norwalk, nunca conseguimos compensar a saída tardia de New Haven.
Chegámos mesmo em cima da hora de jantar e assim que conseguimos arrumar as binas e bagagens, ao invés de cozinhar em casa, fomos convidados pelo Bob para comer na pizzaria do bairro. O Bob já fez uma grande viagem pela América de bicicleta e contou-nos como dantes não havia warmshowers, mas apenas uma lista em papel de pessoas que albergavam ciclistas, e como o contacto era precário: muitas vezes ligava para casa de alguém (pois não havia telemóveis) e não atendendo ninguém, deixava mensagem no atendedor (lembram-se deles?). E como não tinha maneira de ser contactado, restava ir bater à porta da pessoa indicada na lista com esperança de esta estar ter ouvido o recado e estar à espera da visita. Mesmo assim, diz-nos o Bob, tudo corria bem na maior parte das vezes. E se batesse com o nariz na porta, bastava bater na porta ao lado pois haveria sempre por perto alguém bondoso que deixava montar a tenda no seu relvado.
Assim até parece que temos a vida muito simplificada. E até agora tem sido, de facto, nada complicado. Apesar de termos planeado com alguma antecedência as dormidas, aqui e ali de vez em quando alguém encosta o carro e enceta a conversa, muitas vezes perguntando se já temos onde ficar. E isso faz-nos felizes.
Um grande obrigado ao Bob pela maravilhosa estadia e passeio até à praia.
While we were pedaling trough the most contrasting neighborhoods in the USA – Bridgeport and Fairfield coexist side by side; and if the later is famous for being one of the wealthiest of the country, after crossing it, it leaves no doubts about the former – we received a SMS from Bob, our next host in Norwalk, inviting us to go sailing if we could arrive before 6pm. We were into 1/3 of the day’s leg, and the perspective of sailing replenished our energies for a while. But despite our best efforts to arrive on time to our recent commitment in Norwalk, we couldn’t ever make up for the late departure from New Haven.
We arrived just in time for dinner and as soon as we were able to put away our bikes and luggage, we were invited by Bob to eat al the local pizza place. Bob has made a long bicycle journey through the States and told us that at that time there was no warmshowers, but only a list on paper of people who would host cyclists, and how establishing contact was precarious: many times he would call someone’s home (for there were no cell phones) and no one answering , he would leave a message in the answering machine (remember those?). And as he had no way to be called back, the only option left was to go to that person’s front door and knock, with the hope the he or she had listen to the message left and be waiting for his visit. Even so, told us Bob, most of the time it all went well. And in the times he would found no one home, most likely there would be a friendly neighbor nearby who would at least let him pitch his tent in the lawn.
Putting it that way, it seems we are having it easy. And as matter of fact, it hasn’t been that hard. Although we plan with some antecedence our sleepovers, here and there we find someone who will pull up next to us and start a conversation, many times asking if we already have a place to stay. And that makes us truly happy.
A big thank you to Bob for the wonderful stay and the ride to the beach.
O Bob é, portanto, o homem do barco!!!