Pois é… ir de férias é uma estafa! E é uma estafa directamente proporcional  ao seu tempo de duração. Entre sair de casa e entrar noutra, festas de despedida, consultas do viajante, compras variadas e de última hora, e concertos derradeiros; o resultado são várias divisões desorganizadas de uma casa emprestada, entre as quais um quarto cheio das coisas que devemos levar, sem nenhum tipo de organização ou sequer inventariação. Dou por mim a perguntar: “onde estão os remendos autocolantes para as câmaras de ar?” ou “onde param as abraçadeiras que comprei anteontem?”. A verdade é que não sei, e ainda não dispus do tempo para parar e pegar nesta tarefa, que uma vez resolvida me dará respostas a estas questões que, hora sim hora não, me assolam. E pior que isso: há ainda despedidas a serem honradas e mais tarefas burocráticas a pedirem atenção.

Mas para além disto, os funcionários da SATA – companhia aérea que nos levará para lá do horizonte, com um saltinho intercalar nos Açores – decretaram que 2 de Maio será um bom dia para fazer greve, e como tal estamos sem saber quando iremos de facto voar: se no dia previsto ou se seremos obrigados a adiar a partida uns 4 ou 5 dias.

Se por um lado o tempo extra nos daria um fôlego de alguma forma desejável, a ideia de adiar a partida dá-nos um sentimento de anticlímax. Um pouco como se, aos 8 anos,  te dissessem que terias que adiar o Natal uns dias porque as renas decretaram greve de 24  de Dezembro até ao dia de Reis.

Posto isto irei dar o máximo para ter tudo pronto no dia previsto, enquanto nos desdobramos em visitas merecidas por todos os demais amigos, que com direito exigem a nossa atenção para nos darem os votos de boa viagem.

A contagem decrescente continua e com ela a intensidade dos batimentos cardíacos.

Desejem-nos sorte também para a viagem, mas agora em particular para os preparativos.

Pedro